Ministro aconselha: guarde comida na despensa e numa mochila de emergênciaO ministro da Agricultura António Serrano, iniciou uma campanha no sentido de encher a despensa (a "despensa que não se dispensa") e uma mochila (
" a mochila de emergência") para situações de catástrofe. A mochila deve conter alimentos básicos para sobrevivência, tendo o Instituto Ricardo Jorge preparado listas para que as receitas mantenham a qualidade nutritiva.
Apesar de se alegar que se trata de uma imposição da União Europeia, esta parece ser uma altura estranha para a ocorrência. É que a União Europeia já tinha feito esta recomendação em 2005…
Motivos para o anúncio nesta altura?
1 – Incompetência do Estado.
2 – Estamos à espera de uma catástrofe natural de que não estávamos anteriormente. Esta é uma fraca hipótese já que não temos mecanismos para prever terramotos ou furacões a médio prazo.
3 – A crise vai-se acentuar. Esta hipótese tem mais probabilidade. Mas se a crise se agravasse a ponto de necessitarmos de reservas que tivéssemos em casa… a coisa estaria mesmo grave…
4 – Aproxima-se uma guerra. Parece-me plausível. Porquê?
O que costumam fazer os EUA quando a crise aperta?
a) 1915 - navio Lusitania; levaram-no carregado de passageiros para território pejado de submarinos alemães à espera de motivo para entrar na guerra. As fábricas de armamento americanas estavam a produzir abaixo das capacidades.
b) 1951 - Pearl Harbor; retirando de Pearl Harbor os navios mais modernos após serem avisados do ataque japonês, deixaram propositadamente que os restantes fossem destruídos (junto com 2403 militares). Tiveram o motivo que queriam para entrar na guerra.
c) 1964 – Vietname; levaram um destroyer para águas territoriais vietnamitas e declararam guerra depois de serem atacados.
d) 1980-1988 Iraque-Irão; os EUA emprestaram vários biliões de USD ao Iraque e venderam-lhe armamento; esta guerra teve como base (entre outras coisas) o assassinato do ministro iraquiano Tareq Aziz. Não se sabe quem o assassinou. Os iraquianos acharam que foram os iranianos… em 1989 o Iraque estava arruinado e não conseguia pagar as dívidas. O Kuwait desrespeitando as suas quotas na OPEC aumentou as vendas de petróleo diminuindo o seu preço e degradando ainda mais a situação de miséria do Iraque.
e) 1990 – Iraque; o Iraque invade o Kuwait por vários motivos, sendo um deles a tentativa de manutenção do preço do petróleo. Os EUA atacam o Iraque para “libertarem” o Kuwait e fazerem os preços do petróleo à sua maneira.
f) 2001 – Ataque aos EUA. Supostamente por terroristas que nunca ninguém encontrou.
g) 2003 – Iraque e Afeganistão; ninguém sabe quem esteve por detrás do ataque do 11 de Setembro. Há quem diga que foram os próprios americanos (ver post abaixo “Manipulações”). Mas o Iraque e o Afeganistão foram atacados e ocupados. Afinal, deveriam estar carregados de armas de destruição maciça… não estavam, mas isso não interessa para nada.
g) 2011 – Irão; não sei o que o Irão (ou alguém pelo Irão) vai fazer a Israel mas alguma coisa sucederá senão esta coisa deixa de funcionar nos mesmos moldes.
Todos estes acontecimentos levaram ao aumento de vendas dos EUA, nomeadamente de armamento e ao aumento do preço do petróleo e consequente valorização do dólar, moeda de compra do petróleo.
Consequências deste anúncio da despensa e mochila de emergência feito ministro da Agricultura.
1. Para os supermercados:
Aumento das vendas. Partindo do princípio de que os bens vendidos terão um prazo de validade de 6 meses, se eu quiser manter a mochila de emergência, vou estar a gastar 100 € ou mais por ano (a propósito: porque carga de água foi o ministro anunciar esta medida num supermercado espanhol quando temos tantos portugueses?)
2. Para o cidadão:
2.1. Vai gastar esse valor
2.2. Vai-se estar nas tintas.
2.3. Não se vai estar nas tintas mas não vai poder gastar esse valor porque o orçamento não chega.
Só para terminar. E andamos com a mochila diariamente? Ou deixamo-la em casa?