domingo, novembro 06, 2005

Dia mundial contra a pena de morte


Dia Mundial contra a pena de Morte 2005

A 10 de Outubro celebrar-se-à o dia mundial contra a pena de morte.

Todos já nos apercebemos da complexidade das interrelações entre os homens. E do facto dessa complexidade passar por vezes pela actividade criminosa, quer individual quer por parte de grupos, algumas vezes com graves repercussões na vida de outrém.

Assassinos, violadores... têm o direito à vida?

Na política do olho por olho não têm... mas é esse o tipo de sociedade que queremos? Não quereríamos todos que não existissem assassinos, violadores, assaltantes? Acredito que algumas das características menos positivas que fazem parte do nosso ser sejam culpa dos nossos genes. Mas que tipo de pessoa virá a ser aquela que nunca teve um carinho, que foi tratada com brutalidade, que conviveu com a agressividade dos tutores ou que foi violada persistentemente na infância? Não precisar da pena de morte como meio punitivo passaria por uma pro actividade no sentido de impedir que crianças e adolescentes vivessem situações como as que referi. Isso passaria por uma mudança da sociedade que teria de começar na própria educação (sempre o mesmo problema). Não falo da educação escolar, também tão importante. Falo da educação que os tutores deveriam eles próprios ter para poder passar aos filhos. Para que estes não sentissem como normal passar um sinal vermelho, não ligar nenhuma ao velho ou à grávida que atravessam a passadeira ou ao vizinho ou ao colega que, precisando de ajuda para levar os sacos das compras, antes lhe trancam o elevador 10 pisos acima enquanto se está de conversa com a garota que veio distribuir a piza, fazer da mentira um modo de vida... se não há educação para coisas tão básicas, dar um murro no filho hoje, uma tareia de cinto no mês que vem e tratá-lo como imbecil na adolescência... não poderão de modo algum contribuir para o desenvolvimento de um adulto saudável fisica, psiquicamente ou socialmente... se esse adulto vier a ser assassino matamo-lo? Ou matamos os pais? Ou a família toda, se a tendência para a violência for de toda a família? Ou a sociedade, que permitiu que tudo isto sucedesse?

Não me parece que vamos lá com a pena de morte. Até porque o que é condenado não aprende nada com isso... se é que estamos cá para aprender alguma coisa...

http://www.amnistia-internacional.pt/index.php

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