segunda-feira, agosto 09, 2010

Perdoar ou não perdoar, não é "A" questão.

Bombeiro dá água a coala após incêndio na Austrália, 2009


A propósito do perdão. Daquele que poderíamos ter ou dar mas que não existe no Irão perante quem rouba, como dizia a Avogi no post anterior.
Perdoaria eu quem apanhasse a acender um fogo, destes que todos os Verões destroem parte da floresta e que nos levam parte de nós?
Ao perdoar, estarei eu a permitir a repetição do acto num futuro? Provavelmente.
E ao não perdoar, enviando o incendiário para a prisão? Vou manter o baixo nível de socialização desse indivíduo, que a cadeia não vai melhorar, nomeadamente no que diz respeito à percepção da sociedade como um todo que se quer de entreajuda.
Se ao perdoar não estou a mudar a forma de actuar desse indivíduo e se ao não perdoar não o vou melhorar, já que apenas o juntarei na prisão a outros, também eles já com problemas de socialização, de integração possivelmente associados a agressividade… o que fazer?
Educaria…
Em criança, a sensibilidade para a coisa comum, para a entreajuda, para a compreensão do papel da natureza, desenvolvida por pais e por uma escola (todos) competentes, poderia ter algum efeito. Sem pais competentes, presentes, a ensinar, a orientar, a recompensar e eventualmente a punir, e com uma escola que alguns Estados desorganizam a cada ano, não me parece que vamos ter toda uma sociedade de cidadãos interessados e competentes. Alguns o serão, seguramente. Mas não teremos massa crítica para avançar tão depressa quanto gostaríamos de ver a Humanidade avançar (avanço no sentido referido, não necessariamente no sentido materialista e economicista).